segunda-feira, outubro 03, 2011

de aparições e esperanças

muitas profecias já circulavam a seu respeito. diziam que não mais iria voltar. alguns reafirmavam velhas histórias sobre suas diversas formas e muitos já estavam desacreditados. mesmo assim, boatos sobre sua aparição circulavam em diversos meios sociais. alguns ficavam de vigília para ver sua chegada, só que ninguém podia comprovar nada. muitos vezes o que se podia ver eram cinzas espalhadas no ar, que circulavam com muita dificuldade. mas numa madrugada quente, quando corpos suavam e rolavam entre os lençóis, alguma coisa irrompeu no céu. mal o relógio marcava 4 horas e de repente tudo ruiu. o céu desabou em água durante 12 horas e a cidade, após meses de delírios, se recompôs. o cheiro do asfalto molhado agora era a conversa de todas as rodas, pois a terra ainda era para poucos. duas semanas depois, um boato de que a chuva não mais iria parar circulava entre bares e conversas de trabalho. ninguém mais suportava a falta de ar dentro dos coletivos. de alguma forma, antigas profecias refaziam-se a seu respeito. e todos ansiavam pela chegada de um horizonte cheio de esperanças. mas esses sonhos estavam, de alguma forma, inacessíveis. e permaneceriam assim por muito tempo...

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