sexta-feira, setembro 21, 2007

eu acho que eu já tive um amor...

"tive sim, outro grande amor antes do teu, tive sim.
o que ela sonhava era os meus sonhos e assim íamos vivendo em paz.
nosso lar
em nosso lar sempre houve alegria.
e eu vivi tão contente.
como contente ao teu lado estou.
tive sim, mas comparar com o teu amor, seria o fim.
então vou calar.
pois não pretendo, amor, te magoar.
pois não pretendo, amor, te magoar."
o amor está em mim. como não poderia estar? podendo. mas ele inexplicavelmente está em mim. e inexplicavelmente ele é uma construção coletiva. logo ele pode ser o mesmo sentimento que você, do outro lado desta rede de relações, sente. mas ele pode ser algo incompreensível para quem não mais está envolvido em uma rede de relações. ele pode ser vivido por uma pessoa só, por duas, ou por várias. ele pode ser esperado por uns, entendido por outros ou incessantemente buscado por mais outros. ele pode também simplesmente não ser inteligível para muitos. e passar desapercebido. eu amo. não sei explicar como. eu amo e sou capaz de não mais procurar quem eu amo, caso a pessoa esteja precisando de estar só. eu amo e sou capaz de remoer amores passados. eu amo e sou capaz de não mais me dedicar a nada. eu amo e sou capaz de escolher a vida e continuar aporrinhado este mundo ao invés de me matar. há muito tempo eu preferi a tolice de viver. desde então eu perturbo o mundo com as várias maneiras de pensar o próprio mundo. não sou capaz de amar todo mundo deste mundo. mas sou capaz de tratar aquilo que eu odeio com um abraço, com um afeto. justamente para corromper as escolhas "naturais" de nossas sociedades. também posso cuspir em pratos depois que a refeição terminou. sim, nunca disse que não sou estúpido. mas isso é outro caso. ou "caos" aqui é outro. (é caos mesmo) amores podem surgir de um aperto de mão. ou só depois de anos de convivência. mas há amores e amores. há tempos que não participo da construção de amores. eu presenciei realizações amorosas, como a participação política de estudantes na universidade. mas não participei dessa realização. senti um amor grande por algumas pessoas libertárias, mas não criei nenhuma espécie de amor entre nós. logo podemos amar, sem nos relacionar também. eu não vou chegar ao ponto de amar nenhum bush, ou fidel. os amores também têm limites. mas será que eles não são amados por ninguém? eu até gostaria que não. mas eles são seres humanos que construíram suas relações ao longo de suas vidas. e em algum momento deve ter havido amor. fidel em suas lutas e bush... er... e bush... e bush quando sua mãe o pariu. ah... o amor é uma construção, como já disse. logo o que é amor para alguém que vive o dia inteiro sob pressão de ser atacado por um policial durante toda madrugada é diferente do amor para alguém que vive no conforto de seu apartamento amparado por um copo de leite quente que a mamãe preparou. será que nós nos amamos realmente? bom, eu já fugi do intuito inicial, então fico por aqui. em pedaços. talvez esses pedaços possam ser completos.

3 comentários:

. disse...

Cartola diria: "que bobagem as rosas não falam". Mas elas estão aí e são o simbolo do amor. É verdade q seja um amor romantico. Eu não te daria um rosa (talvez sim, mas eu te amo. Não sei em quais dessas modalidades que você falou ele se encaixaria, mas foi construido por nos dois. fodas...
beijo

rcbo disse...

e como vc constrói seu amor próprio?

Helena disse...

"Ah! O amor.. Quando é demais, ao findar leva a paz" (Marcus Valle)

Não adianta dissecar o amor pra entendê-lo ou explicá-lo. pois ele se reconstrói. Como uma lagartixa de que se corta o rabo e ela mesma o recria enquanto o rabo slitário hipnotiza a agressor o amor é isso: o agressor + a lagartixa + mas o solitario rabo em sua dança enlouquecida + o novo rabo fruto da agressão cometida... A agressão? A agressão é a tentativa de entender o amor... cmo você mesmo disse, até Bush o encontrou em algum lugar eu acrescentaria : até Hittler que amr é esse que serve a tiranos né? Isso assuta isso faz pensar .. mas pensar é bom ... acho que isso nos faz pensar em nada. Eu tive e tenho vários amores ... ou eles me tiveram?