- "hey! então, preste atenção nas oportunidades que não perdestes ainda!"
- sim senhor, peligro! é sempre bom conversar contigo.!
- "disponha"
A vida surpreende a cada nova morte de um segundo. É no segundo que o pensamento nos permite conectar realidades, teorias, textos, produções humanas no geral. Na verdade, em um primeiro segundo fazemos uma aproximação entre duas produções aonde procuramos observar as possibilidades de diálogo entre elas. E num outro segundo conseguimos – por estalos, após meses, senão anos, dando murros em ponta de faca – fazer a conexão de determinadas realidades. Creio, realmente, que o trabalho de atentar para o resto do mundo enquanto estamos obstinados a enfrentar um único objeto é crucial para ir além das fronteiras do senso comum. Para avançar em questões novas e que, por vezes, e muitas por sinal, passam desapercebidas.
Muitos de nossos princípios talvez venham de lugares nunca visitados ou imaginados. Talvez o tempo seja uma chave para este baú lacrado quase esquecido no fundo do porão. Ao tratar do passado - e porque não o presente? - devemos ter em mente que nossas experiências sofrem influências das marcas do passado. Pensar que essas experiências como um amalgama de histórias: a vivida, a pesquisada, a estudada, a analisada, a narrada, (como nos ensinou Lucília Delgado, mas também) a ensinada, a almejada, a oficializada, a sentida, a documentada, a (re)lembrada.
Percebi que a conexão entre o eu e o você é maior do que imaginamos. Maior que nossos umbigos!
"Deixe-me ir, preciso andar. Vou por aí a procurar, sorrir pra não chorar. Quero assistir ao sol nascer. Ver as águas dos rios correr. Ouvir os pássaros cantar. Eu quero nascer, quero viver... Se alguém por mim perguntar, diga que eu só vou voltar depois que me encontrar. Deixe-me ir..."
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