segunda-feira, janeiro 22, 2007

A encantadora ilusão de poder





Ás vezes me pego pensando em cousas que eu poderia fazer. Traço metas e propostas maravilhosas e cheias de coesão. Porém, isso sempre acontece durante uma caminhada, espaço temporal em que me desligo dos problemas reais, culminando na obliteração da maioria das idéias que formulei. Já pensei até em andar com um caderninho. Talvez um gravador ajude. Mas o pensamento é mais rápido do que minha capacidade de verbalizar. Bom, até agora isso não tem nada a ver com o que falaremos, estou só a florear (ou antes, a enrolar) este textículo. Deu tempo até de engajar neologismos. Ok, comecemos.
Estava eu, nesses dias depressivos de calor insuportável, (estava tentado a falar infernal, mas não compartilho com a idéia de que o inferno é infernal, oops! quero dizer insuportavelmente quente.) matutando um infeliz pensamento sobre o homem. Infeliz em dois sentidos: o primeiro é a tristeza que sinto ao pensar sobre nós, mas também por que eu não avanço muito quando penso nisso. É a tal do desenvolvimento sustentável.
Após horas de atenção dadas a palestrantes “ilustres”, a documentários, a leituras, a discussões, a opiniões de amigos fiquei perplexo com tantas possibilidades. Certo jornalista, em um “bate papo” chegou a dizer que uma hora teremos que encarar os dados e modificar nossos costumes. Mas quem é o cara? Quais são os dados? As fontes? Devem estar me indagando os mais chatos historiadores em formação. Não estou a fim de estruturar este texto no sentido acadêmico de ser, então, vão pro raio que os parta! Calma, isto é só pra quem necessita de notas de pé de página e referências bibliográficas para sobreviver. Você, meu caro leitor, não é, deveras, assim. Retomando. Sim! Eu concordo com esta criatura! O capitalismo não é algo natural que sempre existiu, não é a máxima das sociedades. Ele foi construído, é construído, está se construindo. Ou seja, ele também não foi o mesmo desde seu natalício. Ele foi moldado por nós, humanos.
Não é intenção manifestar-me a favor ou contra o fim do capitalismo. Não. Mas é deixar claro, que podemos modificar sim, nossos costumes, e forma de vida. Vejo as pessoas colocarem: “mas é tão difícil imaginar o mundo onde todos são iguais!” “Eu não me imagino sem banheiro!” Ok, a questão não é esta. Mas sim, repensar, ou antes, pensar – pois às vezes nem chegamos a fazer isso – no nosso modo de vida. Estamos, sinceramente e com pesar que digo isso, condicionados, mas temos a possibilidade de extrapolar várias condições e limites. É claro que podemos ser chamados de “punks”, “hippies”, “loucos”, “transviados”, “revolucionários”, “vadios” “libertinos” ou o que for. Mas negar que cada uma dessas denominações romperam com costumes é, para mim, como maldizer o papa para sua respectiva avó católica, ou como ela mesmo diria: um sacrilégio.
Este é o ponto, mudar é possível. Lá vem ele com essa militância idiota. Não é militância! Parem com isso. Idiota. Ah, pode ser. Mas vejam bem. Faz sentido. Outro dia, li um cara que sempre ouvi falar, e adorei o jeitinho sarcástico dele palestrar. Como não citei o palestrante acima,não citarei este. Mas talvez alguns conseguirão percebe-lo. Ele me fez pensar ao dizer que é mais importante ter idéias do que verdades. Foi como uma luva em minhas ilusões líricas pseudo-intelectuais. Idéias. Ter idéias. E eu aqui, pedindo pra que vocês tenham idéias há pouco mais de três semanas atrás.
Cheguei no ponto né? Agora o que fazer? Minha avó abaixa o fogo, e continua mexendo, quando o doce pega o ponto. Eu mudo de assunto. Pelo menos, de exemplos. Estava eu pensando na morte da formiga. Porque amassamos este ser, que não tem nada a ver com a nossa impotência, ou nossa frigidez, sem mais nem menos? (Seria mais coerente dizer ‘metemos o dedão naquele corpinho’, mas eu poderia ser mal compreendido) É uma crueldade, que acontece diante dos nossos olhos, durante os banhos, lanches da tarde e leituras matinais. Na verdade disse isto para evocar um fotógrafo (seguindo a linha editorial de publicação deste texto não revelarei o autor) magnífico que tem um trabalho maravilhoso sobre as espécies em extinção do nosso planeta. Ele nos lembrou algo que passa desapercebido na vida de muitos: não somos os únicos deste planeta! Acorda ô mané!

Óquêi, fico por aqui. Ainda falaria sobre cousas em que acredito, o problema é que eu não sei. Entende? Eu acredito, mas não sei em que. Ainda. Eu tava cansado, e não podia sonhar, agora to começando a pensar que eu to sonhando demais. Oops.


Ah! E um título pode muito bem ter nada que ver com o texto que ele nomeia. Lembrem-se disso: a escolha é tua. (será?)

3 comentários:

Anônimo disse...

Uhn...bacana seu bobolog. Interessante as coisas que você escreveu, ainda mais vindo de um quase niilista. Concordo com você. Realmente estamos destruindo o mundinho em que vivemos. E algo precisa ser feito. E, sério mesmo, não sei o que precisa ser feito. Idéias são importantes. Mesmo. Mas tenho me preocupado um pouco com essa coisa de só ter idéias. Ou... tem que rolar alguma ação [só não sei que tipo de ação]. Tudo anda tão parado!

Hey! Você está quase um vegano! Ficou com raiva do que foi dito sexta-feira? O título pode ter a ver, como pode não ter a ver. Vi um filme ontem [que inclusive é um dos mais fodas que eu vi nos últimos meses] que o título é quase genial!

Bju ae!

Ah! Eu sei pelo menos quem é o fotógrafo.

mauro F disse...

Ok...
"precisamos conversar"...
já cansou de ler essa frase?
Precisamos conversar sobre coisas que acontecem longe dos nossos olhos e braços.
Mas estou procurando uma unidade, algumas pessoas para discutir e, quem sabe(?! ninguém sabe!), agir.
Tô de saco cheio de ter idéias. Quero mesmo é me afundar em qualquer uma.

Vi umas coisas boas e ruins em Tiri.
Inté, então.
Beijo

rcbo disse...

É meu caro Barrosão. Seria tudo parado como disse a Iara? Nem tanto. Vc já viu algum outro sistema de governo e de sociedade q proporciona mudanças tão rápidas como o capitalismo? Mudanças superficiais pode ser (não sei), mas talvez nos acomodamos a elas e nem tentamos romper com algo maior. Mas mudanças em q sentido? Estruturais? Nem fudendo, profundas demais, a lógica tá sendo viver abarrotado de "cultura" vendável e descartável e reproduzir o sistema. Eu creio q somos marionetes do sistema, falamos, reproduzimos, vivemos o q ele nos possibilita viver. Mas sempre foi assim em qualquer sociedade, todos nós somos produtos do social ao nosso redor, seja ele qual for. O capitalismo é um sucesso nesse sentido! Não tem como fugir, mas tem como tentar mudar. Idéias pra romper, foder, brigar não faltam, mas ninguém coloca em prática merda nenhuma. Mas o q é preciso pra mudar além de idéias e ação? Falta algo mais.