ando dias a fio
pensando em palavras que não me
deixam mais
pensar que elas estão junto a mim.
assim, esqueço o que elas querem,
o que elas podem
o que elas jamais vão
significar.
me entrego a um trabalho
ou deito meu olhar na tela branca
observando resquícios do que não é tão torpe quanto o que nos rodeia.
se já não durmo de menos, como antes,
pelo menos passo a noite a imaginar
como seria se fosse da mesma forma,
se o retorno não passasse mais a ser um torno em volta de si mesmo.
ando dias a fio afiando as palavras
para que elas desapareçam
e não me matem como o frio que arranca o último suspiro de animais urbanos
tão humanizados quanto o escarro que escorre da boca de uma criança trabalhando em uma plantação de café.
terça-feira, julho 26, 2011
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