cirino acabara de entrar em seu trabalho para fechar o ano. era a última aula que ele iria lecionar. daquelas que todos os estudantes ficam constrangidos diante uns dos outros e do professor, ao realizar-se uma avaliação oral do curso. que, em sua maioria, começa com um rol de elogios seguidos de alguns 'poréns' e fechando com positivos 'mesmo assim...". mas ele não chegou para sua aula. foi atingido por um tiro na cabeça, por um de seus alunos. muitos se perguntaram: 'em que mundo vivemos? como pode?' num tom apocalíptico muito caro em momentos de desespero, como esse. outros tentavam relembrar que, mesmo assim, há aqueles que querem continuar, quem tem esperanças, que seguem fazendo coisas boas. e que cirino iria gostar se déssemos continuidade aos trabalhos iniciados por ele, típica reação de quem não quer ser obrigado a desistir.
mas tereza, sentido seu peito destroçado, simplesmente comentou baixinho que esse mundo é um eterno entrelaçamento entre aquilo que fizeram de nós e aquilo que seguimos a fazer de nós mesmos.
nisso, uma lágrima, que seguiu rasgando tudo que encontrava pelo caminho, escorreu.
quarta-feira, dezembro 08, 2010
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