I
um estouro saiu da casa de taiane no momento exato em que o relógio virou o dia. naquela ocasião era festa e ninguém deu bola para o estouro de taiane. centenas de estouros invadiram o céu com brilhos e sons variados. mas o estouro oriundo da casa de taiane reverberou um único som e uma única cor. à meia-noite e três minutos rachel deixou aquele mausoléu temporário. e logo se encontrava num bar, solitária, bebendo enquanto todos a sua volta cantavam a esperançosa chegada de mais um ano. para ela o ano não era uma medida tão importante do tempo. ela preferia os segundos. afinal, essa medida decidiu a vida de todas as pessoas que ela havia executado. ela não vacilava, por assim dizer, mas fixava os olhos em cada pessoa antes de cumprir seu serviço. talvez esperando que algum ato da pessoa a fizesse desistir, ou que a pessoa reagisse e a matasse antes, mas isso nunca aconteceu. na verdade era o momento de sua crise, que durava até o último dos três copos de whisky que tomava para se acalmar após o trabalho. depois disso ela voltava a caminhar. ela sabia que um dia iria chegar a vez dela. assassinos profissionais não duram muito nos dias de hoje e ela já estava há tempos no mercado. já era quase duas horas quando ela abriu a porta do quarto alugado. deitou-se e, como sempre, dormiu um sono profundo sem pensar nos próximos passos que daria. simplesmente descansou.
um estouro saiu da casa de taiane no momento exato em que o relógio virou o dia. naquela ocasião era festa e ninguém deu bola para o estouro de taiane. centenas de estouros invadiram o céu com brilhos e sons variados. mas o estouro oriundo da casa de taiane reverberou um único som e uma única cor. à meia-noite e três minutos rachel deixou aquele mausoléu temporário. e logo se encontrava num bar, solitária, bebendo enquanto todos a sua volta cantavam a esperançosa chegada de mais um ano. para ela o ano não era uma medida tão importante do tempo. ela preferia os segundos. afinal, essa medida decidiu a vida de todas as pessoas que ela havia executado. ela não vacilava, por assim dizer, mas fixava os olhos em cada pessoa antes de cumprir seu serviço. talvez esperando que algum ato da pessoa a fizesse desistir, ou que a pessoa reagisse e a matasse antes, mas isso nunca aconteceu. na verdade era o momento de sua crise, que durava até o último dos três copos de whisky que tomava para se acalmar após o trabalho. depois disso ela voltava a caminhar. ela sabia que um dia iria chegar a vez dela. assassinos profissionais não duram muito nos dias de hoje e ela já estava há tempos no mercado. já era quase duas horas quando ela abriu a porta do quarto alugado. deitou-se e, como sempre, dormiu um sono profundo sem pensar nos próximos passos que daria. simplesmente descansou.
2 comentários:
muito bom.
ótima narrativa, Barrão! gostei da sutileza em que se apresenta o assassinato, consumado na mente do leitor somando as duas cenas, a moça do estouro e a do bar. a base do cinema do Hitchcock (ou seja, do bom cinema de suspense) é essa: apresentar informações para que o expectador (no seu caso, leitor) faça a conexão entre elas. muito bom.
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